Wednesday, January 19, 2005

Às vezes

“Às vezes oiço morrer o silêncio –
é o mar que se afasta,
um ramo que partiu com
o insuportável peso

do mundo sobre o verde das suas
folhas, o silvo da lua
nova rasgando o chão das águas
estremunhadas, a rouca

respiração da casa
sufocada pelo glacial
ar das ruas, os passos de Abril
descendo os últimos degraus.”

(Eugénio de Andrade)

4 comments:

Amita said...

Excelente escolha. E o Abril se vai esvaindo...Bjos

Peter said...

"Sol", vou lendo umas coisas e depois publico o que gosto, sem olhar aos autores.

Peter said...

Pois é, "Amita", vai-se esgotando. Até nas canções havia o "Abril em Portugal". Hoje já ninguém fala nela.

Amita said...

Fruto da desilusão dos tempos... Bjos e um bom dia para ti, meu amigo