Thursday, November 18, 2004

Adeus

E me disse adeus, um leve tremular nos dedos.
Os mesmos dedos que a cada beijo, marcavam a pele, apertavam os braços e seguiam pelas costas, dedos que hoje, se iam.
Tremulou no ar, sem sentir, o seu já vou.
Não olhei e nem hesitei. Seria um desastre se chorasse.
Pouco pensei, senti o imediato e apenas vi seu sinal.
E como dedos de meu homem, acenaram.
Meia volta, levantei os meus.
Dedos de aceno, dedos de desejo, que penderam do ar aos lábios, meus ou teus. Passeando a forma do aceno à boca, a sentir cheiro e roçar, roucos dedos, a despedida final.
Somente espanto, um imperplexo adeus.
E os dedos quedaram-se, abruptos, à espera de novas voltas.
E olhou os dedos, olhou a mim e disse — me vou, talvez.
Ocasionais idas...

(posted by Maria )

3 comments:

Amita said...

"me vou, talvez. Ocasionais idas" ´Muito bom este texto. (Encontros e desencontros). Bjos

Peter said...

"c(ri)arme",VExª manda!

Peter said...

"C(ri)arme",peço imensa desculpa pela "trapalhada" que arranjei.O "V.Exª" foi uma pequena brincadeira,pois julgava estar a falar com a "Martaoutra".Julgo que, neste momento,está tudo reposto nos devidos lugares.