Wednesday, January 12, 2005

Apesar de envelhecido, o Universo pode estar a gerar novas galáxias

O satélite Galaxy Evolution Explorer, da NASA, detectou o que parecem ser galáxias bébés de grande massa no nosso canto do universo. Anteriormente, os astrónomos pensavam que a frequência de nascimentos no universo tinha decaído dramaticamente, e apenas pequenas galáxias se estariam a formar.

Sabia-se já da existência, há eras atrás, de galáxias jovens bastante massivas, mas pensava-se que todas elas tinham evoluído tornando-se mais velhas como a Via Láctea. Se estas galáxias são de facto recém-formadas, isto implica que partes do universo são ainda lugares propícios ao nascimento de galáxias.

A equipa responsável por esta revelação, descobriu mais de 36 galáxias, compactas e brilhantes, que se assemelham em muito às jovens galáxias de há mais de 10 mil milhões de anos. A distância dos novos objectos está compreendida entre os 2 e os 4 mil milhões de anos-luz, o que implica que estas se localizam, relativamente, perto de nós. A sua idade poderá estar compreendida entre os 100 milhões e os mil milhões de anos. A Via Láctea tem aproximadamente 10 mil milhões de anos.

Esta descoberta recente, sugere que o nosso universo, em envelhecimento, ainda transborda juventude, fornecendo aos astrónomos uma visão de relance de como provavelmente seria o aspecto da nossa galáxia na sua infância. Agora, pode-se estudar em maior pormenor os ancestrais de galáxias muito semelhantes à Via Láctea. É como descobrir um fóssil vivo no nosso quintal. Pensava-se que este tipo de galáxias estaria extinto, mas de facto as galáxias recém-nascidas estão vivas e de boa saúde no universo.

As galáxias recém descobertas, são de um tipo designado por galáxias luminosas no ultra-violeta. Estas foram descobertas após o Galaxy Evolution Explorer ter examinado uma grande porção do céu com os seus detectores sensíveis à luz ultra-violeta. Como as estrelas jovens emitem a maioria da sua radiação em comprimentos de onda na banda dos ultra-violeta, as galáxias jovens surgem aos "olhos" do observatório espacial como diamantes num campo de pedras. Os astrónomos já tinham minado o universo à procura destas gemas raras, mas terão falhado pois não eram capazes de examinar uma "fatia" suficientemente grande do céu.

O Galaxy Evolution Explorer prescrutou milhares de galáxias antes de encontrar estas poucas dúzias de luz ultra-violeta. Estas são 10 vezes mais brilhantes, no comprimento de onda dos ultra-violeta, que a Via Láctea. Isto indica que estas galáxias possuem, em abundância, regiões violentas de formação estelar e de supernovas, que é característico em galáxias jovens.

Na sua juventude, o universo possuia um irromper regular de galáxias massivas. Com o tempo, este foi ostentando cada vez menos proles galácticas, e as suas galáxias recém-nascidas evoluiram para outras que se assemelham à nossa. Até agora, os astrónomos pensavam que tinham visto a última destas gigantes bébés.

Veja o esquema:



Neste esquema, as galáxias recém-nascidas estão representados por círculos brancos (aparecendo quase só numa época recente do Universo) enquanto as galáxias mais maduras estão representadas por espirais (que aparecem na época actual do Universo na zona direita do diagrama).

O Galaxy Evolution Explorer foi lançado em 28 de Abril de 2003. A sua missão é estudar a forma, brilho, dimensões e distância de galáxias ao longo de 10 mil milhões de anos de história cósmica. O telescópio de 50 cm de diâmetro do Explorer, vasculha o céu em busca de fontes de luz ultra-violeta.

(in ASTRONOVAS, OAL - Observatório Astronómico de Lisboa)

2 comments:

Anonymous said...

Peter, até que enfim consegui, estava louca de vontade de comentar neste cantinho maravilhoso.Bjs e bjs do meu Brasil

Peter said...

Olá "Sol", seja bem-vinda! Já estendi a passadeira vermelha,exclusiva das pessoas VIPs. É pena ter-se estreado com um texto que julgo não ser mt do seu agrado.Mas o que quer? É a minha "cosmomania", que não me permite enxergar Deus.