Tuesday, March 20, 2007
Desencanto
Eu faço versos como quem chora
De desalento... de desencanto...
Fecha o meu livro, se por agora
Não tens motivo nenhum de pranto.
Meu verso é sangue, volúpia ardente...
Tristeza esparsa... remorso vão...
Dói-me nas veias. Amargo e quente,
Cai, gota a gota, do coração.
E nestes versos de angústia rouca
Assim dos lábios a vida corre,
Deixando um acre sabor na boca.
- Eu faço versos como quem morre.
( Manuel Bandeira, Teresópolis, 1912 )
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9 comments:
"- Eu faço versos como quem morre."
... não me importava de morrer a fazer Versos...
Lindo!! Uma bela e poétiva escolha.
Beijo e boa semana ;)
"Meu verso é sangue, volúpia ardente...
Tristeza esparsa... remorso vão...
Dói-me nas veias. Amargo e quente,
Cai, gota a gota, do coração."
Quem faz assim versos não está desencantado da vida!
Beijo
Espectacular, meu!!!
Não conhecia!
Um bom resto de semana
Mil beijos azuis..com muito sol!
BShell
Então voltámos à mesma música, Sr. Peter?!!
Um dos meus poetas preferidos.
Mesma música? Engano do DJ. Temos o "Clair de Lune" de Debussy.
Tenho de lhe descontar no ordenado ...
As palavras moldam-se, os versos surgem para deleite de quem lê.
BJS
é PARA MIM UMA HONRA O TEU PEDIDO.Claro que podes ter lá um poema meu! Escolhe, meu querido amigo. Escolhe o que te "tocar" mais. Mas diz-me ....que blog é esse, ou "espécie de blog"...
Um beijo terno,
BShell
Olá. Vim ver as novidades e deixar um beijinho com muito carinho e o desejo de uma Páscoa muito feliz!!***
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