Tuesday, April 17, 2007
Cantiga de amor partido
Leva-me o corpo ao mar
e fecha-me os seios com a tua boca
que eu esqueço que me tardas na saliva.
Junta-me as mãos no rosto
e olha-me nos dedos já longínquos no meu sexo que eu esqueço que me tardas no meu sangue.
Abre-me os lábios com os teus lábios
e navega-me o ventre com o teu barco duro que eu esqueço que me tardas nos soluços.
Diz-me devagar a língua nos ouvidos
e vira-me as coxas ao teu fogo central
que eu esqueço que me tardas no estremecer.
Molha-me o oco da minha penumbra
e envolve-me toda nas tuas asas
que eu esqueço que me tardas de aquecer.
(José Rogério Mineiro Carrola, assina como: Rogério Carrola. Natural de Tortosendo, Covilhã.
Tem vários livros editados desde 1974 até 2006. Este poema é do seu livro "Do Corpo Sentido", Edições Fluviais - Lisboa)
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1 comment:
Uma saudade antológica dilacera o peito.
Perdoe-me por quebrar o silêncio.
Abraço.
A
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