A noite descia,
como um cortinado,
sobre a erva fria
do campo orvalhado.
E eu, (fauno em vertigem,
a rondar em torno
do teu corpo virgem,
sonolento e morno),
pensava no lasso
tombar do desejo;
como um cortinado,
sobre a erva fria
do campo orvalhado.
E eu, (fauno em vertigem,
a rondar em torno
do teu corpo virgem,
sonolento e morno),
pensava no lasso
tombar do desejo;
em breve, o cansaço
do último beijo...
E no modo como
sentir menos fácil
o maduro pomo
do teu corpo grácil.
Ou sem lhe tocar
- de tanto o querer! -
ficar a olhar,
até o esquecer,
ou como, por entre
reflexos de lago,
roçar-lhe no ventre
luarento afago;
perpassando os meus
nos teus lábios húmidos,
meu peito nos teus
brancos
seios
túmidos ...
(Carlos Queirós, in "eros de passagem - poesia erótica contemporânea", selecção e prefácio de Eugénio de Andrade)
Carlos Queirós - José Carlos Nunes Ribeiro nasceu em Lisboa em 1907 e faleceu em Paris, em 1949. Toda a sua poesia assinala uma nostálgica e desencantada visão do amor, do mundo e dos homens.
(Foto GOOGLE )
E no modo como
sentir menos fácil
o maduro pomo
do teu corpo grácil.
Ou sem lhe tocar
- de tanto o querer! -
ficar a olhar,
até o esquecer,
ou como, por entre
reflexos de lago,
roçar-lhe no ventre
luarento afago;
perpassando os meus
nos teus lábios húmidos,
meu peito nos teus
brancos
seios
túmidos ...
(Carlos Queirós, in "eros de passagem - poesia erótica contemporânea", selecção e prefácio de Eugénio de Andrade)
Carlos Queirós - José Carlos Nunes Ribeiro nasceu em Lisboa em 1907 e faleceu em Paris, em 1949. Toda a sua poesia assinala uma nostálgica e desencantada visão do amor, do mundo e dos homens.
(Foto GOOGLE )
1 comment:
Um poema lindíssimo!! Um poema que poderia ter sido escrito por ti...se o quisesses ter escrito. Muitos beijos.
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