"As cotovias que amam a luz levantaram então, voo. Em bando, começaram a voar a baixa altura sobre o telhado do edifício onde ele jazia e, girando em círculo, cantavam.
A cotovia é o pássaro da manhã. Nas poesias medievais anuncia a hora em que os amantes se devem despedir. "É a cotovia, não o rouxinol, o mensageiro da manhã", diz Romeu a Julieta no fim da sua noite mais bela. Além de assinalar a hora da separação, a cotovia é, também, um dos animais mais mencionados na poesia de amor trovadoresca. Bernard de Ventadorn, cujas canções Francisco provavelmente conhecia, inveja a alegria com que se eleva em direcção ao Sol, tal o amor que tem pela luz, até se deixar cair exausta e alheada de si mesma.
As alegres e amorosas cotovias são amigas da luz e têm medo do escuro da noite. No entanto, naquele sábado, 3 de Outubro de 1226, voltejavam felizes no céu de Assis. E era quase hora de vésperas. Mas a Igreja Romana faz começar o dia ao pôr do Sol. A tarde de 3 de Outubro era, portanto, na liturgia e na sensibilidade do tempo, o início do dia 4. E Francisco, fechando os olhos para esta vida, reabria-os para o alvorecer da vida celeste."
("São Francisco de Assis", Franco Cardini)
A cotovia é o pássaro da manhã. Nas poesias medievais anuncia a hora em que os amantes se devem despedir. "É a cotovia, não o rouxinol, o mensageiro da manhã", diz Romeu a Julieta no fim da sua noite mais bela. Além de assinalar a hora da separação, a cotovia é, também, um dos animais mais mencionados na poesia de amor trovadoresca. Bernard de Ventadorn, cujas canções Francisco provavelmente conhecia, inveja a alegria com que se eleva em direcção ao Sol, tal o amor que tem pela luz, até se deixar cair exausta e alheada de si mesma.
As alegres e amorosas cotovias são amigas da luz e têm medo do escuro da noite. No entanto, naquele sábado, 3 de Outubro de 1226, voltejavam felizes no céu de Assis. E era quase hora de vésperas. Mas a Igreja Romana faz começar o dia ao pôr do Sol. A tarde de 3 de Outubro era, portanto, na liturgia e na sensibilidade do tempo, o início do dia 4. E Francisco, fechando os olhos para esta vida, reabria-os para o alvorecer da vida celeste."
("São Francisco de Assis", Franco Cardini)
1 comment:
Curioso! Estamos sempre a aprender e ainda bem que assim é.
Nas minhas noitadas com os pequenitos, por volta das 5 da manhã canta um rouxinol nas árvores altas em frente da casa. É encantador ouvi-lo.
Um bjinho, meu amigo, e um bom feriado
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