Serei a pedra, o sol, a água,
Aquela palavra ausente
Serena que o mal afasta
Da calmaria das noites
A orvalhada, a neblina
Deslizando em ténues brilhos
No azul-negro da cidade
Lusco-fusco que se espalha
Em traços, curvas da estrada
Na solidão caminhante.
Rio descendo a montanha
Saltando escolhos veloz
O laço que se estende
No abraço, no instante
Da água que beija a foz
Serei a onda que grita
No interior de nós
A descoberta tardia
O amor, a liberdade, a paz
Cobrir-me-ão amanhã
Quando a terra despertar
Para mais um dia
De intuições benditas
E o sorriso aclarar
(Fátima Fernandes “Amita”, in “Transparência de Ser”. Foto Peter)
3 comments:
Muito boa escolha de um poema da Amita do seu último livro.
Bonito poema para uma igualmente bela foto.
Gostei de ambos.
Um abraço
Belo poema!
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