Tuesday, January 04, 2005
A deusa visível
(Sandro Botticelli - Uffizi - Florença)
“Tão viva e ardente e tão clara
no ar em que ela ondula e treme
mais brilhante do que a luz e mais serena
não se adivinha não se imagina a deusa
que não vi e claramente vejo
dormindo no silêncio sem latidos.
Como dizer o que é mais claro do que a claridade
a visão nua de uma mulher na luz
mais completa e mais diurna
do que o dia?
A claridade apaga a claridade.”
(António Ramos Rosa)
Eu sei que já o transcrevi por diversas vezes, mas nunca é demais relê-lo. Por diversas razões,algumas de carácter pessoal, este é um dos meus poemas preferidos do ARRRosa.
O último verso é uma maravilha:
"A claridade apaga a claridade."
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5 comments:
Quando se vê... está tudo visto!
A claridade, por vezes, não nos deixa ver tudo.
"o que é mais claro do que a claridade" ?
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"a visão nua de uma mulher"
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Por isso:
"A claridade (da mulher-deusa, nua) apaga a claridade (do dia)"
É a interpretação que eu faço,embora possa não estar correcta,nem ser a única.
este poema foi concebido por uma deusa(ou deus), mas prefiro a deusa a concebêlo.
belo.
bj.
"maat",ninguem liga ao pobre Botticelli ...
Joana, tu lá sabes ... ;-)
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