Thursday, May 12, 2005

Os dias de Verão




Os dias de verão vastos como um reino
cintilantes de areia e maré lisa
os quartos apuram seu fresco de penumbra
irmão do lírio e da concha é nosso corpo

Tempo é de repouso e festa
o instante é completo como um fruto
irmão do universo é nosso corpo

O destino torna-se próximo e legível
enquanto no terraço fitamos o alto enigma familiar dos astros
que em sua imóvel mobilidade nos conduzem

Como se em tudo aflorasse eternidade

Justa é a forma do nosso corpo

( Sophia M B Andresen)

8 comments:

BlueShell said...

"Tempo é de repouso e festa
o instante é completo como um fruto
irmão do universo é nosso corpo"...

É isso...sinto isso...tal como ela.

Gostei tanto. Beijufa,
BShell

Peter said...

Ainda bem que gostaste.

Anonymous said...

Irmão do lírio, da concha, do universo... e os dois últimos versos, um encanto todo o poema, Peter. Bjo. Amita

Anonymous said...

Um poema interessante...em conjunto com a música de fundo...está-se bem aqui!

Anonymous said...

"O meu olhar é nítido como um girassol.
Tenho o costume de andar pelas estradas
Olhando para a direita e para a esquerda,
E de vez em quando olhando para trás...
E o que vejo a cada momento
É aquilo que nunca antes eu tinha visto,
E eu sei dar por isso muito bem...
Sei ter o pasmo essencial
Que tem uma criança se, ao nascer,
Reparasse que nascera deveras...
Sinto-me nascido a cada momento
Para a eterna novidade do Mundo...
Creio no mundo como num malmequer,
Porque o vejo. Mas não penso nele
Porque pensar é não compreender... "
(Alberto Caeiro, "O Guardador de Rebanhos"

Uma boa noite de domingo...

Já te disse que o Blog está lindo? ;-)

Peter said...

Obrigado MM. Gostei que tivesses gostado e que me citasses FP.

Peter said...

Desde que não chova ...

Peter said...

Amita, sabes bem o que eu penso. Tudo faz parte de um Todo. Tudo interactua sobre tudo. Tudo o que existe é basicamente feito dos mesmos elementos.