Os olhos se resguardam
sob as pálpebras
mas o tempo passa
Junto de nossos passos cautelosos
que ultrapassam mas retornam
sempre
o tempo caminha
Na superfície calma dos retratos
inscreve seu itinerário
e passeia com cautela em nosso rosto
fala pela boca das crianças
murmura no cansaço nossas mortes
Em vão
se preenchem as horas
O tempo carrega em seu rio nossas sementes
para um mar.
(Eunice Arruda)
8 comments:
lazuli, lindo. Isso é prosa-poesia.
Aposto que a foto é tirada em França...
O tempo parece que parou nessa foto, contrariamente ao poema em que o tempo urge, pois se contam os dias que vão inexoravelmente passando.
Gostei imenso do poema!
Fica bem...
Mais um belo poema Peter. Contrariamente ao correr do tempo no poema, quantas vezes passo em silêncio, pois o cansaço não deixa as palavras fluirem. Um bjo amigo
mfc, é uma foto tirada em França, mas não por mim. Consta dos meus arquivos.
O tempo não parou, passou: deixou de haver habitantes no palácio e o par que estava na cama abandonou-a.
Abraço.
gnm, obrigado pela visita. Que tenhas um bom dia neste nosso País em que tudo parece correr mal.
Obrigado amita. Ando novamente em luta na defesa dos meus interesses, dos dos vizinhos e do meio ambiente.
O tempo... que decorre, entre uma frase e o momento em que o pôr do sol, define o pensamento, a ilusão e todos os momentos em que vimos cair, como lágrimas, as gotas de chuva, que podem ser o nascer de vida... ou a morte.
Gostei desta mensagem e da imagem. O tempo não pára, pode não evoluir, mas não pára...
Um abraço ;)
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