
dona de quê
se na paisagem onde se projectam
pequenas asas deslumbrantes folhas
nem eu me projectei
se os versos apressados
me nascem sempre urgentes:
trabalhos de permeio refeições
doendo a consciência inusitada
dona de mim nem sou
se sintaxes trocadas
o mais das vezes nem minha intenção
se sentidos diversos ocultados
nem do oculto nascem
(poética do Hades quem mdera!)
Dona de nada senhora nem
de mim: imitações de medo
os meus infernos
(ANA LUÍSA AMARAL, Minha Senhora de Quê)
2 comments:
Bela escolha. Gosto bastante do trabalho de Ana Luísa Amaral. Adorei a criatividade das cartas criadas entre Camões e Natércia.
Quanto a este "minha senhora de quê" muito nos (me) faz reflectir...
Um beijito amigo
Não conhecia. "Dona de nada senhora nem de mim..." Gostei muito e vou procurar ler mais.
Bjs.
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