Volto, pois, a casa. Mas a casa,
a existência, não são coisas que li?
E o que encontrarei
se não o que deixo: palavras?
Eu, isto é, palavras falando,
e falando me perdendo
entre estando e sendo.
Alguma vez, quando
havia começo
e não inércia,
quando era cedo
e não parecia,
as minhas palavras puderam estar
onde sempre estiveram:
no apavorado lugar
onde sou silêncio.
(Manuel António Pina, in “Poesia Reunida”(1974-2001), Assírio & Alvim.)
a existência, não são coisas que li?
E o que encontrarei
se não o que deixo: palavras?
Eu, isto é, palavras falando,
e falando me perdendo
entre estando e sendo.
Alguma vez, quando
havia começo
e não inércia,
quando era cedo
e não parecia,
as minhas palavras puderam estar
onde sempre estiveram:
no apavorado lugar
onde sou silêncio.
(Manuel António Pina, in “Poesia Reunida”(1974-2001), Assírio & Alvim.)
5 comments:
Magnífico! Esse lugar onde se é silêncio é o lugar onde somos... apavorado ou não...
Beijo
Gosto da forma como escreves, dentro do pouco tempo que tenho é um dos espaços que gosto de visitar.
Boa semana,
Um abraço
Excelente poema.
Boa semana. abraço.
Lindo...
Eu...ando por aqui a tentar viver....
Um beijo terno em azul
Magnífica foto!
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