SUPREMO ENLEIO
Quanta mulher no teu passado, quanta!
Tanta sombra em redor!
Mas que me importa! Mas que me importa?
A sua vinda foi três vezes santa!
Erva do chão que a mão de Deus levanta,
Folhas murchas de rojo à tua porta...
Quando eu for uma pobre coisa morta,
Quanta mulher ainda! Quanta! Quanta!
Mas eu sou a manhã: apago estrelas!
Hás-de ver-me, beijar-me em todas elas,
Mesmo na boca da que for mais linda!
E quando a derradeira, enfim, vier,
Nesse corpo vibrante de mulher
Será o meu que hás-de encontrar ainda ...
FLORBELA ESPANCA
(Imagem GOOGLE)
Thursday, February 14, 2008
Subscribe to:
Post Comments (Atom)
5 comments:
Ah por aqui há romance...
sinhanhor.
E como não ouves?
Não tens som?
Eu estou a ouvir.
E até anda sozinha e tudo...
Abraço
Não gosto deste poema. Mas acho muito bem que tenhas assinalado a data. Beijos.
d'age
O técnico conseguiu resolver o problema. O estranho é que a falta da música só se verificava no "conversas" e no "d'age", aqui no "Peter's" não.
Abraço e os melhores sucessos para o "d'age".
Paula
Os poemas que aqui coloco têm sempre uma determinada finalidade a atingir, o que é o caso.
Uns comemoram a data, outros, como eu, limitam-se a assinalá-la.
Bom fds
P.S. - Normalmente, nesta "espécie de blog", não respondo, por isso mesmo, aos comentários, mas os vossos exigiam e mereciam que o fizesse.
Bj
Um poema belissimo de Florbela Espanca.
Post a Comment