Quando amanhece
Fecho os olhos serenos
E no vazio procuro o som do silêncio
Que ansioso me aguarda.
Mergulho nas águas tépidas e cristalinas do voo
E a voz que me canta
Acontece
Quão breve instante…
Não adianta!
Fogem as letras espavoridas
E escondem-se tímidas
Num espaço
Que para já não alcanço
Nem agarro
Desperto muda
Silenciada e crua
Pelas vozes rodeantes que me falam
Da atenção exigida
Da futilidade do dia
E do espanto
Então parto
Para outra história
Outra vida
Em breve-longa pausa.
E sobre a água teço passos…
[Fátima Fernandes (Amita), in “Transparência de Ser”]
Com a permissão da autora, que agradeço.
Foto GOOGLE
3 comments:
Peter,
Confesso que não conheço bem a autora, mas depois de ler este poema, vou querer saber mais, se possível.
E o teu sentir também está presente na delicadeza da escolha.
Parabéns à Amita, obrigada a ti, Amigo.
Um abraço
Um imenso abraço, meu Amigo.
Obrigada pelo carinho.
A imagem é linda.
Vagueio
pelo silêncio dos dedos
escuros, negros
do tacto minimizados
e das letras a dança
pelo vácuo se espalha
até que melhor hora se faça
Bjinho
Peter,
Ótima divulgação...excelente!!
Gostei muito do pouco que li por aqui...
Abraço,
Rafael
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