Saturday, May 07, 2005

O corpo inicial



Alguém disse palácio para dizer mulher
ou a delícia de um nome que era desejo e mundo.
Um delicado navio rasgava o corpo na ausência
e morria na espuma de uns amorosos pés
da volúvel semelhança de uma estátua de veludo.
Era apenas um nome a abolição de um nome
descobrindo a primavera absoluta
com os ramos brancos de uma estrela
perfeita nos músculos da lâmpada.
No alto poderio das pernas no sumptuoso espelho
das ancas verdes cintilava o palácio
da adoração primeira com janelas de um navio
de sombra e de silêncio em que o oiro estremecia.
Opulenta pálpebra povoada
pelos frutos da água e de um fogo azul.
E se o nome morria na respiração do seio
a sua ferida era límpida e puro era o deserto.

(António Ramos Rosa)

4 comments:

Anonymous said...

Belo poema de Ramos Rosa...

Venho convidar-te a visitar o meu novo blog.É um blog que pretendo seja diferente, mas que continuará a ter a essência daquilo que sou...

http://meninamarota.blogspot.com/

O anterior (eternamenteMenina) continua... o primeiro amor não se esquece... vou ver é se não ficam com ciúmes um do outro, porque estou disposta a ficar com os dois... eheh

Um abraço e bom fim de semana ;-)

BlueShell said...

Ezcelente escolha...Uma pessoa "perde-se " aqui na leitura e na meditação...
Um jinho de fds e um mimo
BShell

Peter said...

menina_marota, já inclui o teu novo blog nos links do "conversas". Bom Domingo, que para mim ontem foi dia de trabalho.

Peter said...

BShell, eu não medito muito porque fico com dores de cabeça LOL