Este que vês, de cores desprovido,
o meu retrato sem primores é
e dos falsos temores já despido
em sua luz oculta põe a fé.
Do oculto sentido dolorido,
este que vês, lúcido espelho é
e do passado o grito reduzido,
o estrago oculto pela mão da fé.
Oculto nele e nele convertido
do tempo ido excusa o cruel trato,
que o tempo em tudo apaga o sentido;
E do meu sonho transformado em acto,
do engano do mundo já despido,
este que vês, é o meu retrato.
(Ana Hatherly)
A Idade da Escrita, Lisboa, Edições Tema, 1998
5 comments:
...E do meu sonho transformado em acto....é meu retrato...
Tão lindo....
BShell
Deixo um beijo
WB
Depois das ilusões e das desilusões, ficamos nós próprios.
O "Für Elise" como fundo é a cereja...
Um belo soneto, Peter. Boas férias. Bjo
Simplesmente, BELO!!!!!!!!!!
_Meu Abraco, Peter!
_Ja' visitei o N. 4!!!!!!!
Espero visita'-LO MUITISSIMAS VEZES MAIS!!!!!!!!!
_FIQUE BEM!
Heloisa.
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