Imagens que passais pela retina
Dos meus olhos, porque não vos fixais?
Que passais como a água cristalina
Por uma fonte para nunca mais!...
Ou para o lago escuro onde termina
Vosso curso, silente de juncais,
E o vago medo angustioso domina,
- porque ides sem mim, não me levais?
Sem vós o que são os meus olhos abertos?
- O espelho inútil, meus olhos pagãos!
Aridez de sucessivos desertos...
Fica sequer, sombra das minhas mãos,
Flexão casual de meus dedos incertos,
- Estranha sombra em movimentos vãos.
Camilo Pessanha
(Coimbra, 1867-1926)
3 comments:
Peço desculpa. Já tinha publicado esta imagem. Só sepois de publicada é que confirmei. Espero que não levem a mal, até porque ela se adapta bem ao poema, este sim, ainda não publicado no blog.
Eis aqui um belissimo blog, gostei dos seus post. Voltarei.
A imagem é tão linda, que não precisas de te desculpar por a teres repetido. E adapat-se maravilhosamente bem a este belíssimo poema de Camilo Pessanha... um poeta, que confesso, tenho esquecido um pouco.
Mas vou penitenciar-me e, num próximo Post do meu Blog, lá lhe farei a devida vénia.
Obrigada pela partilha.
E, desculpa a ausência aqui... O tempo tem sido escasso, mas voltarei.
Um abraço :-)
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