Tuesday, May 15, 2007

Não é o meu amigo ou semelhante

“Não é o meu amigo ou semelhante,
não é mais que um projecto, uma passagem.
Ele marca-me com a sua ausência
e todavia,
ele é a evidência do processo.

Se o encontrasse, não, não o encontraria.
Por ironia? Não. Porque se escreve
sob
o obscuro impulso
que o transforma
nas palavras mesmas com que o vejo.”

(António Ramos Rosa, "A nuvem sob a página", public Dom Quixote, 1978)

Este livro tem uma importância especial para mim. Foi-me oferecido e foi, talvez, o primeiro livro de poesia que li. Durante uns tempos fui lendo apenas António Ramos Rosa.

8 comments:

Nilson Barcelli said...

António Ramos Rosa é um grande poeta.
Começaste muito bem, por isso.
Abraço.

Velasquez said...

gostei mt do post e do blog em geral:)

tb tenho um blog de peosia minha..

passa se quiseres.

abraço

www.albertovelasquez.blogspot.com

Papoila said...

Começar com António Ramos Rosa é um passe vitalício para amar a poesia.
Beijo

Tessa said...

E são lindos versos!

Menina Marota said...

E começaste muito bem!
Ramos Rosa é uma das minhas paixões poéticas!

Grata pela partilha.

Um abraço e boa semana ;))

A. João Soares said...

Gostei de visitar este compêndio de poesia, muito bem seleccionada. Parabéns.
Agradeço a visita, o comentário e o prémio «blog com tomates» deixado do «Do Mirante», assim como o link aqui colocado.
E, desta forma, a blogosfera ganha força e poder de influência, para um Portugal melhor.
Um abraço
A. João Soares

Kalinka said...

E, que bom que é, ler António Ramos Rosa...

Entretanto, andei por aí:
Ao subir a ladeira para o Castelo, dentro das muralhas, encontrei uma pequena loja muito atraente pelo seu aspecto moderno e acolhedor. Entrei e deparei-me com um moço novo que está no início da sua actividade ali, teve uma magnífica ideia, de vender os produtos e ao mesmo tempo, tem uma sala aconchegante e moderna, com as paredes pintadas de um laranja forte, contrastando com as mesas e cadeiras castanhas, que decoram aquele espaço, onde os visitantes poderão degustar os produtos que se vendem na loja: queijos típicos, vinhos da região demarcada do Alentejo, mel de rosmaninho, várias compotas caseiras de diversos sabores, chás de ervas e tantas outras delícias ali expostas.
Também vende artesanato tradicional, peças feitas de corno, mantas alentejanas, botas de pele e, adorei ver uma enorme quantidade de brinquedos antigos feitos de madeira por um artesão que tem 40 anos e vive das peças que faz: o cavalinho de madeira com uma roda, as cadeirinhas em madeira para crianças, a trotinete de madeira pintada com cores vivas…enfim, transportou-me aos tempos de infância. Prometi-lhe que ia divulgar o seu espaço, original e moderno.

Beijokas.
Diverte-te.

mar said...

"Não posso adiar o amor para outro século
não posso
ainda que o grito sufoque na garganta
ainda que o ódio estale e crepite e arda
sob as montanhas cinzentas
e montanhas cinzentas

Não posso adiar este braço
que é uma arma de dois gumes amor e ódio

Não posso adiar
ainda que a noite pese séculos sobre as costas
e a aurora indecisa demore
não posso adiar para outro século a minha vida
nem o meu amor
nem o meu grito de libertação

Não posso adiar o coração."

Eu não poderia deixar adiar este poema... Obrigada ...