Às vezes, tenho ganas de matar a fera,
Que, como o fogo, ruge e se sacode inteira
Dentro aqui do meu ser intemporal... Eu quero,
Às vezes, num assomo de angústia, desespero,
Esquecer das minhas páginas em branco e andar,
Andar por uma via menos dura: achar
No corredor da consciência humana o som,
A minha voz reverberando outra canção.
Mas o meu coração é um soluçar discreto,
Um tique-taque eterno pendurado em um prego
Numa parede do meu ser intemporal
Que, para respirar, sufoca, esgana o mal,
Arranca-o pela raiz. E essa realidade
Ressurgente, uma propaganda da verdade,
Convence-me a seguir em frente, sempre em frente.
O tempo... o tempo é o meu amor inteligente.
(Rodrigo Della Santina)
O autor é um leitor brasileiro muito jovem, que merece ser incentivado. Daí eu ter decidido publicar aqui este seu poema, depois de obtida autorização para o fazer.
- Antiga gravura japonesa, tirada do GOOGLE:
7 comments:
Peter,
Este é um belo poema, que por ser da autoria de um jovem poeta, me surpreende pela intensidade, pela força que se sente nas palavras e que nos inquieta ao mesmo tempo.
Um poeta a aplaudir e incenticar.
Bem hajas!
Um abraço
Tens toda a razão, merece incentivo, um enorme texto...
"...Mas o meu coração é um soluçar discreto,
Um tique-taque eterno pendurado em um prego
Numa parede do meu ser intemporalQue, para respirar, sufoca, esgana o mal,"
De um a força tão sentida...
Grata por o partilhares, um Poeta que vale a pena ler!
Um abraço carinhoso e bom Carnaval ;))
Peter!
Um poema intenso que demonstra uma maturidade invulgar para um jovem.
Belíssimo.
Vale a pena dar a mostrar este poeta.
Beijos
Meu caro Peter,
fico deveras lisojeado por essa publicação. Fico muito contente, ainda, por teres gostado de meu crime poético. Agradeço demais!
E, claro, agradeço a todos vocês que comentaram sobre este meu poema: suas opiniões são-me incentivos preciosos.
Um abraço a você, Peter, e a todos os outros!
Rodrigo Della Santina
Belissimo poema
Linda homenagem ao querido rodrigo
Muito obrigada aos dois
Bom fim de semana
Beijos e mais beijos
Minha cara Ashera, obrigado por gostar de meu poema: fico contente e lisonjeado, a você que vem me lendo.
Abraços,
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