Sunday, October 19, 2008

Nostalgia


Na caixa da ferramenta do poeta
a nostalgia é o instrumento
duma lassidão crepuscular
assassina do dia.

A memória
é um conservatório de combates
mais ou menos arrumados
mais ou menos diferidos
para a caixa dos conceitos.

Obscuro simulacro do real
sombra desmaiada
emergindo cada vez mais lenta
a nostalgia é o adeus da paixão.

(Ana Hatherly, “O pavão negro”)

4 comments:

São said...

Boa combinação de poema e música, que me caiu bem nesta tarde de domingo.
Boa semana.

LUIS MILHANO (Lumife) said...

Apreciei o poema.

Tb gostei de o ver pelo "Beja". Só não entendi a das "gralhas"...

Bom domingo.

Abraço

Paula Raposo said...

Está bonito o poema. Eu penso que o poeta é pela paixão que se rege, a nostalgia não é o fim da paixão...beijos para ti.

joshua said...

Ou o olá dela.