Bateram à minha porta em 6 de agosto,
aí não havia ninguém
e ninguém entrou, sentou-se numa cadeira
e transcorreu comigo, ninguém.
Nunca me esquecerei daquela ausência
que entrava como Pedro por sua causa
e me satisfazia com o não ser,
com um vazio aberto a tudo.
Ninguém me interrogou sem dizer nada
e contestei sem ver e sem falar.
Que entrevista espaçosa e especial!
(Pablo Neruda – “Últimos Poemas”)
4 comments:
Acontece, meu amigo, acontece!...
Quantas vezes somos nada mais que a sombra esbatida num ameno silêncio... Muitas outras, apenas somos um indelével e invisível traço... mas caminhamos a linha luminosa da vida, com a ternura de um sorriso feito laço que não se apaga... estende-se...
Um bjinho com muita amizade.
Boas e alegres férias
Não sei o que mais aprecie: se o poema de Neruda, se a tua explicação do mesmo.
Obrigado por me fazer recordar "Neruda".
“A frouxidão no amor é uma ofensa,
Ofensa que se eleva a grau supremo;
Paixão requer paixão, fervor e extremo; eu ardo, eu gemo; eu choro, eu desespero, eu clamo, eu tremo…”
Andando pela net, descobri esta poesia de Bocage.
Como estou de acordo com o 1º dos versos:
“A frouxidão no amor é uma ofensa…”
Pergunto, qual a tua opinião?
Vem, diz-me o que achas.
Para mim:
No amor tudo deve ser sentido e vivido com bastante intensidade.
Bom Domingo.
Beijos
Foi um dos grandes.
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