Tuesday, July 18, 2006
Poema de muito amor
Ó meu amor minha raiva
meu sol posto a rubro
numa praça
minha voragem meu barco
minha vingança de mar
onde me perco e me mato
Ó suicídio Ó silêncio
Ó beber pelos teus braços
respirar a tua boca
precipício que desato
Ó corpo que sei ser meu
mas que me foge
e não toco
que voragem de dizer
que prazer que não invoco
de te pensar e morrer
de só te ter pouco a pouco
Ó ódio de bem te querer
Ó ternura de ser tua
Ó vontade de correr
contigo no meio da rua
Ó meu amor - desdizer
Ó meu crime de mentira
viagem - mito - prazer
meu interior de colina
Que grito mais rasgado se domina
que medo transformado numa espada
que casa mais secreta e mais vazia
que água mais domada e mais amarga
Minha ferida - consciência
minha loucura encontrada
como arma de gatilho
pronta a me ser disparada
Ó alegria Ó veneno
Ó ódio de me seres tudo
verdade de eu nada ser
na construção do teu mundo
Que fogo inquieto não
iludo
que certeza encontrada
não pergunto
que fuga não domino
e porque luto
que dor não domino
e que desfruto
Ó noite não somente
E também dia
Ó rio não somente
E também corpo
Ó febre não somente meu limite
Mas minha invenção
E meu desejo
Minha evasão – meu país
Meu habitar muito lento
Ó meu amor meu invento
Meu futuro a destruir
Em negação do seu tempo
(Maria Teresa Horta, in “Minha Senhora de Mim”, 1971)
Imagem Google
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4 comments:
Peter, quanta saudade de vc e dos membros do conversas de xaxa. Cd todo mundo?
meu contato é: mssl_sol@hotmail.com
Dê notícias.
Um grande abraço
;-)
Ó meu amor, minha vida
minha loucura, minha paixão
Ó meu amor, minha ira,
meu desespero, minha perdição...
Beijinhos***
"Minha ferida - consciência
minha loucura encontrada
como arma de gatilho
pronta a me ser disparada
Ó alegria Ó veneno
Ó ódio de me seres tudo
verdade de eu nada ser
na construção do teu mundo
Que fogo inquieto não
iludo
que certeza encontrada
não pergunto
que fuga não domino
e porque luto
que dor não domino
e que desfruto
Ó noite não somente
E também dia
Ó rio não somente
E também corpo
Ó febre não somente meu limite
Mas minha invenção
E meu desejo
Minha evasão – meu país
Meu habitar muito lento
Ó meu amor meu invento
Meu futuro a destruir
Em negação do seu tempo"
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Mais uma ESCOLHA impar, meu Carissimo PETER!
A IMAGEM que encima o POEMA, guia-se pela mesma "bitola"!
Que esteja BEM e' meu desejo!
um Abraco.
Heloisa.
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